Série de pinturas representando a difunta |
A igreja católica da argentina até já tentou várias ações para inibir esse culto, mas todas foram ineficazes. Pelo visto, os católicos que fazem pedidos a defunta não se importam muito com o reconhecimento do Vaticano, o que vale mesmo é a fé e os milagres atribuídos a alma da falecida.
Sua História
Pois bem, vamos conhecer um pouco da história de María Antonia Deolinda Correa. Segundo a lenda, tudo começou por volta de 1840, na Argentina. Jovem e bela, Deolinda era uma moça simples, mas chamava a atenção de inúmeros pretendentes, inclusive homens ricos que a desejavam como esposa.
Ignorando os pretendentes ricos, Deolinda se apaixonou por um homem simples como ela, Baudilio Bustos. Apaixonados, Deolinda e Baudilio se casaram e tiveram uma bela criança. O casal experimentava um bom momento da vida a dois, mas o país passava por um momento turbulento, a guerra civil entre "unitários y federales".
Ex-votos no santuário da Difunta Correa, Vallecito, San Juan, Argentina Foto: Luís Américo Bonfim |
A Saga pelo deserto
Se vendo sozinha e desesperada, Deolinda decidiu fugir com seu filho recém-nascido nos braços. Ela seguiu as tropas argentinas em busca de seu marido. Por alguns dias Deolinda prosseguiu sua caminhada acompanhando as tropas, mas aos poucos foi ficando para trás e quando passava por um trecho de deserto próximo da província de San Juan, os mantimentos e a água que levava acabaram.
Se vendo sozinha e desesperada, Deolinda decidiu fugir com seu filho recém-nascido nos braços. Ela seguiu as tropas argentinas em busca de seu marido. Por alguns dias Deolinda prosseguiu sua caminhada acompanhando as tropas, mas aos poucos foi ficando para trás e quando passava por um trecho de deserto próximo da província de San Juan, os mantimentos e a água que levava acabaram.
Sozinha debaixo de um sol escaldante, Deolinda não resistiu e faleceu com seu filho nos braços. Um tempo depois da morte, alguns viajantes passaram pelo local e encontraram seu corpo, e para a surpresa de todos, o bebê ainda estava vivo nos braços da mãe falecida, o mais impressionante é que a criança ainda se nutria do leite de Deolinda, que continuou a ser produzido pelo corpo da defunta. O fato foi tido como milagre divino e no local foi construído um pequeno altar.
Estampa impressa em cartolina branca, retratando difunta Correa e seu filho |
A Devoção
Ao longo das décadas, o lugar de Vallecito foi se tornando um grande centro de peregrinação, onde devotos de várias partes do país e até estrangeiros fazem pedidos e deixam suas ofertas. Esse seria o suposto local da morte da Defunta Correa e atualmente é sede de um grande complexo, que inclui rede hoteleira e um santuário oficial administrado por uma fundação sem fins lucrativo. O complexo ainda possui parque de campismo, restaurantes, estação de correios e uma enorme variedade de serviços e lojas de lembranças da defunta.
Ao longo das décadas, o lugar de Vallecito foi se tornando um grande centro de peregrinação, onde devotos de várias partes do país e até estrangeiros fazem pedidos e deixam suas ofertas. Esse seria o suposto local da morte da Defunta Correa e atualmente é sede de um grande complexo, que inclui rede hoteleira e um santuário oficial administrado por uma fundação sem fins lucrativo. O complexo ainda possui parque de campismo, restaurantes, estação de correios e uma enorme variedade de serviços e lojas de lembranças da defunta.
Print do site oficial da Difunta Correa |
A Difunta Correa tornou-se para seus devotos um símbolo exemplar de esposa e mãe, com sua história de dedicação e fidelidade, cuidando de seu filhinho mesmo depois de morta. Não se pode negar que essa é uma bela história de amor, onde uma mulher comum se sobressai através de um ato de fidelidade. Para o povo, uma mulher forte, leal, com a qual podem identificar-se, pois ela mostra que é possível ser leal a seus valores, promessas e convicções, mesmo com todas as dificuldades.
A seguir, o trailer de um documentário argentino "Promesantes", acompanhando a saga de três devotos da Difunta Correa.
Imagem 01: Montagem
Imagem 02: Luís Américo Bonfim
Imagem 03: Documento
Imagem 04: print do site
Excelente descrição, Rafael! Pouco se fala do culto à Difunta Correa no Brasil. Esta sua contribuição é muito importante. Abs, Luís Américo Bonfim.
ResponderExcluirVale ressaltar que pode-se notar a importância desse Santuário pelas grandes placas ao longo das rodovias e na Cordilheira do Andes, indicando a distância que falta para se chegar a esse local. Já presenciei caravanas à beira de rodovias, com cavalos, carroças e caminhões, todos se dirigindo a esse Santuário.
ResponderExcluirFAZEMOS UMA HOMENAGEM A DIFUNTA CORREA NO PARQUE DA BORBOREMA EM SANTA CRUZ/RN. MILAGRES VÊM OCORRENDO.
ResponderExcluirELIAS ESTEVAM PIMENTEL DAMASCENO
Vi muitas oferendas à Difunta Correa no caminho q fiz de SC até Ushuaia. Vim pesquisar sobre a "santa" e obtive as respostas aqui no seu blog.
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